O Sutra do Lótus, Capítulo 4. Compreensão pela fé (Escritura 23)

O Sutra do Lótus, Capítulo 4. Compreensão pela fé (Escritura 23)

É como o homem rico que deu ao filho todos os seus tesouros depois de reformar gentilmente a mente do filho com expedientes, pois sabia que a ambição do filho era pobre.ㅤ

Significado

Essa é uma parte do gatha de Kasyapa. O gatha é um verso que reafirma sucintamente os pontos principais. Não é um erro do Buda o fato de termos dado ouvidos aos expedientes. Isso se deve ao fato de termos uma disposição pobre. É como se o homem rico fosse obrigado a usar expedientes, pois seu filho não acreditaria que era filho do homem rico por causa de sua mente pobre, mesmo que lhe dissessem a verdade. O homem rico o promoveu a funcionário principal, passo a passo, dizendo que ele não era um mendigo, não era um forasteiro, e então, finalmente, anunciou que ele era um filho depois de ver sua mente se acalmar. Como não tínhamos consciência de que éramos filhos do Buda, o Buda foi obrigado a usar vários expedientes para nos iluminar. O homem rico estava sempre pensando em herdar uma propriedade familiar para seu filho, mas isso foi adiado porque ele nunca alcançou a consciência do filho. É o mesmo motivo pela qual o Buda adiou os ensinamentos da verdade. O Buda não é culpado por esse atraso. É nossa responsabilidade o fato de não termos alcançado a consciência de filhos do Buda.ㅤ

Por Reverendo Sinyou Tsuchiya

Orientação do Reverendo Sinyou Tsuchiya

Diz-se que Nichiren Shonin escreveu os caracteres sânscritos de Acala (不動明王) e Ragaraja (愛染明王) à direita e à esquerda do Gohonzon. Acara transforma seu sentimento de raiva intensa em um forte desejo de realização da justiça. Ragaraja transforma seu sentimento de apego tenaz em profunda benevolência.ㅤ

Orientação do Reverendo Sinyou Tsuchiya

O estudo do Mandala Gohonzon de Nichiren Shonin – parte 1

𝗢 𝗲𝘀𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗱𝗼 𝗠𝗮𝗻𝗱𝗮𝗹𝗮 𝗚𝗼𝗵𝗼𝗻𝘇𝗼𝗻 𝗱𝗲 𝗡𝗶𝗰𝗵𝗶𝗿𝗲𝗻 𝗦𝗵𝗼𝗻𝗶𝗻

Observações iniciais importantes:

  • A imagem da direita, que ilustra esta postagem, traz o diagrama Dai Nihonkoku Shamon Nisho Mandala, extraído diretamente do catálogo de Gohonzons número 37 do livro “The Nichiren Extant Mandala Collection”. Esta é uma mandala Shutei (de ensino) destinada a ilustrar todos os aspectos presentes em uma mandala. A numeração de cada termo/tema que traremos nas postagens semanais, irá corresponder exatamente à numeração indicada neste diagrama.
  • A imagem do Gohonzon a esquerda, é a de número 123 do mesmo livro, sendo este o último Gohonzon inscrito por Nichiren e pensado para ser o Gohonzon com a qual ele seria enterrado.
  • Muitos dos nomes dos deuses budistas incluem palavras como Dai e Tenno. Dai é um termo honorífico que significa ótimo; Tenno significa rei celestial.
    A palavra Namu é adicionada a alguns nomes como sinal de grande respeito.

𝗦𝘂𝗺𝗮𝗿𝗶𝗼 𝗱𝗼 𝗲𝘀𝘁𝘂𝗱𝗼:

  1. Dai Jikoku Tenno
  2. Namu Muhengyo Bosatsu
  3. Namu Jogyo Bosatsu
  4. Namu Taho Nyorai
  5. Namu Myoho Renge Kyo
  6. Namu Shakyamuni Buddha
  7. Namu Jyogyo Bosatsu
  8. Namu Anryugyo Bosatsu
  9. Dai Bishamon Tenno
  10. Fudo Myo-0
  11. Dai Nittenno (Sun)
  12. Dairokuten Ma-o (Mara)
  13. Dai Bontenno (Brahma)
  14. Namu Sharihotsu Sonja
  15. Namu Yaku-o Bosatsu
  16. Namu Monjushiri Bosatsu
  17. Namu Fugen Bosatsu
  18. Namu Miroku Bosatsu
  19. Namu Dai Kasho Sonja
  20. Shakudaijannin Dai-o (Indra)
  21. Dai Gattenji (Moon)
  22. Myojo Tenji (Stars)
  23. Aizen Myo-0
  24. Daibadatta
  25. Ashura King
  26. Wheel Turning King
  27. King Ajatashatru
  28. Naga-raja (Dragon King)
  29. Kishimojin (Demon Mother)
  30. Jurasetsunyo
  31. Namu Tendai Daishi
  32. Namu Ryuju Bosatsu
  33. Namu Myoraku Daishi
  34. Namu Dengyo Daishi
  35. Dai Komoko Tenno
  36. “This Great Mandara was for the first time revealed in the Jambudvipa 2,220 and some years after the extinction of the Buddha.”
  37. Tensho Daijin
  38. The signature of Nichiren
  39. Hachiman Dai Bosatsu
  40. Dai Zocho Tenno
  41. The 3rd month of the 3rd year of Koan, Kano

Orientação do Reverendo Sinyou Tsuchiya

"Desejos mundanos são iluminação", você não deve levar isso ao pé da letra.

Existe a ilusão, e existe o estado de Buda. Tudo existe relativamente, não há nada que exista sozinho. Assim, desejos mundanos não são o mesmo que iluminação. Mas da mesma forma que você tem desejos mundanos, pode alcançar a iluminação.

Se você for capaz de perceber corretamente que a ilusão é ilusão, o estado de Buda aparecerá.

Orientação do Reverendo Sinyou Tsuchiya

Gasshô – um cumprimento usado no Budismo

Gassho 合掌 é, literalmente em japonês, mãos juntas ou uma forma de respeito.
O gassho é muito utilizado por Budistas e simpatizantes. Você sabe o que este gesto simboliza?
Japonês: Kongo gassho
Chinês: Ching-kang ho-chang
Sânscrito: Vajra-anjalikarmamudra, Anjalimudra
Gesto: as duas mãos juntas no nível do peito, os dedos podem ou não se cruzar.
Simbolismo: Mudra* utilizado para se reverenciar as deidades Budistas, para se realizar/oferecer as recitações e como forma de cumprimento entre os fieis. Os 10 dedos, quando cruzados, representam as 10 Perfeições e os 10 Mundos da Essência (Dharmadhatu). Como gesto de reverência, o gassho serve para que se honre o Buda, o Dharma e a Sangha. Este mudra descende dos Hindus que o utilizavam como sinal de oferecimento e veneração às suas divindades ou apenas para saudação entre as pessoas. Nas danças hindus, o mudra é feito ao final, em sinal de que aquela apresentação foi realizada em oferecimento à plateia.
As duas mãos unidas referem-se à coexistência dos dois mundos inseparáveis: o kongokai (Mundo do Diamante) e o taizokai. Estes dois mundos representam a ação recíproca entre as esferas material e espiritual, entre o estático e o dinâmico. Pode-se dizer ainda que o kongokai é o “mundo das ideias” que, como o diamante, é indestrutível, eterno e estático. O “desenho” do diamante formado pelas mãos exprime dureza e utilidade, verdade indestrutível e a ação baseada no conhecimento e no sentimento sincero e honesto. Já o mundo taizokai é o lado perecível, fenomênico e material.
O espaço vazio entre as mãos é uma alusão ao coração isento de paixões egoístas; o receptáculo da natureza de Buda que todos os seres possuem. Um coração inflexível é fechado, sem espaço para a “ação de Buda”, por essa razão o mudra não une completamente as palmas (exceto em alguns tipos de cerimônias).
Esta manifestação de adoração, com a junção das mãos, compreende a união entre o mundo de Buda e o mundo dos Seres. Esta unidade está de acordo com o princípio Esotérico de dualidade e não dualidade. As mãos são de fato duas, mas quando juntas transformam-se em uma unidade, indicando que tanto o kongokai quanto o taizokai existem paralelamente.
Quando o gesto é feito diante do altar, costuma-se inclinar o corpo e fazer as seguintes declarações:

“Tomo refúgio no Buda, no Dharma e na Sangha”

O gassho quase nunca aparece em esculturas de Buda, pois é um gesto oferecido a entidades superiores. Algumas vezes é visto em alguns Bodhisattvas, como em Kannon (na forma de múltiplos braços) quando esta oferece sua compaixão aos seres sencientes; ou ainda em personagens menos importantes, como guardiões, reis e homens virtuosos quando estes reverenciam o Buda ou a Doutrina.

* Mudra é um termo sânscrito para gestos ou posturas das mãos que servem para transmitir profundos significados metafísicos durante as cerimônias religiosas. Os Mudras não são exclusividade do Budismo, são utilizados também em outras religiões, a exemplo do hinduísmo e do cristianismo.

Fonte: E. Dale Saunders. Mudra – A Study of Symbolic Gestures in Japanese Buddhist Sculpture. Bollingen Foundation. New York. 1960. Traduzido por Rev. Sandro Vasconcelos. 

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